quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Biblioteka Nômade Alexandrya


Ao entrar nesse recinto,  perca toda a razão
E verifique se esta mesmo bem armado


Os livros devem ser nômades
assim como menin@s devem ser livres
dançar na lama e correrem nús nos campos de várzea

Os livros devem ter asas
Precisam ser buscados
Farejados, rastreados, caçados
É preciso lutar
preparar armadilhas
ter espada digna e armadura de luz
Ser leve pra flutuar e alcançá-los

Os livros não devem estar dispostos, 
catalogados, registrados, localizados
Nada daquela estante sólida, inerte
engordando a barriga de pensadores
Tartarugas comendo tempo
Os livros devem ser raposas
fuçar aqi e ali, todos os buracos do deserto
até encontrar o qe é de sua fome.

Nada de referências, notas, compêndios, códigos
Apenas fragmentos
Cacos dispersos
Portais
é preciso ter coragem de guerreiro
pra buscar o qe eles dizem
É preciso ser mago
pra entender tudo através
do qe os livros não dizem

O conhecimento não é um arqivo dado
Uma montanha de letras a ser visitada
Uma caixa de métodos e medidas
É uma buska
é um kaminho
É luta de korpo
disciplina e monastério
Hackear, linkar, okupar
aventurar
colar os cacos da Grande Explosão

Não há um Orakulo, um google, ou um Grande Irmão
a qem pedir auxilio
Apenas chuva de asas de libélulas
Qasares
girassóis & burakos negros
Te vira com isso, jagunço!

Não é ser leitor
é preciso ser bruxo, aukimista, h4ck3r
psikonauta, anjosguerrilha e monges do vento
Não existe um atalho
no qal tudo se estenda diante d seus olhos
tudo aqilo qe o Orakulo qer qe vc saiba
tudo aqilo qe qerem qe você pense
legos programados

E qanto tudo aqilo qe o Orakulo não diz?
Como é a sombra daqilo qe se esconde?
Qem vai ficar e enfrentar?

Não há um livro a te oferecer
Vai, corre antes qe morra,
Vai atras daqilo qe seu corpo tem fome
Do qe é d sua alma
O profeta qe atende ao Chamado
Comer asas de libéluas
montar o qebracabeça
busqe seu padrão nesse kaos
E qando entender tudo
delete!
Pense por si mesmo

A Biblioteka não é uma coleção de livros
É o próprio Olho do Observador
sobre os aspectos dos mundos
acelerando partículas
olhoskaleidoskópios, meus caros!

Não trago uma caixa de livros
Trago o deserto
uma faca na cintura
e uma canção de chuva
pra Rosa de Jerikó

Nenhum arqivo,
Só meu corpo de tempestade
E esse a partir de então...

Magdalena Volveryne
a kafetina


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