O Sr. Krauze tomou uma dose de KonhaqeKavalo
comigo nesta noite
E sussurrou em meu ouvido:
Não mate as mariposas
alegando qe elas encobrem a luz
de seu abajour
Pode-se conhecer pela sombra
aqilo qe não vemos!
"
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Como a literatura é um holograma, resultante de uma máquina
insólita, mecanismo que deixa de existir ao gerar o holograma (e
somente enquanto deixa de existir), não é nessa materialidade
enganosa que devemos buscar a literatura. Ela não está no-texto,
na-língua, no-alfabeto, no-discurso, na-gramática: está sempre
depois. Esse depois, o holograma, deve ser o nosso campo de
degustação, nosso lugar de brincadeira (o que alguns ainda chamam
“objeto de estudo”).
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Esse holograma não reproduz, não espelha, não repete qualquer
exterior; não explica, não conceitua nenhuma realidade; não parte
de nenhuma história: nele todo o possível pode se ver: seu vazio
de ser atrai qualquer existente que nele se ad-mire (a não ser
quando a literatura é raptada pela Nação, pelo Povo, pela
Cultura, pela Língua, pelo Poder, pela Mercadoria, pela Estupidez)."