segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Biblioteka Nômade Alexandrya
*. poema é feito pela carne, coisa de libertino, de obsceno [todo poema é obsceno, porno-gráfico, um abscesso] pela indignação; contra a Política, contra a História, contra as Sociologias, contra o povo, contra as raças, contra as manadas, contra o mundo-médio, contra a “idade mídia”, (...)jamais essa coisinha bem comportada, bem pensante, bem sensível, bem ordeira, coisinha bem papai-mamãe sob lençóis regionais ou nacionais (...)
o poema é uma experiência da diferença, do movimento e do enfrentamento – sua substância é a ficção, a alteridade em guerrilha, o corpo dis-posto contra o mundo. a experiência do poema é uma ficção q possibilita uma experiência, nada legítimo, real,verdadeiro ou pessoal – um poema é um instrumento de luta, uma arma, um arsenal – jamais uma declaração de qualquer coisa, um recado, uma mensagem, um dizer o q “sinto e penso”
sem uma dimensão,uma posição dionisíaca, um riso luciânico, um esgar cínico. sem violência política não há poema, só poesia, só crônica, só relato da latrina do eu, esse pobre eu q todos sabem, todos reconhecem, todos gostam e entendem – essa coisinha q os poderes e o poder adoram porq podem dominar, amedrontar, inverter, perverter, redirecionar e por “nas salas de aula, das salas de jantar e nos quartos”...
Alberto Lins Caldas
Magdalena Volveryne com o Sr. Krauze
na Biblioteka Nômade Alexandrya
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